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Colorismo


A sociedade evidentemente é embranquecida, isso se dá pelo fato da “superioridade” que o branco tem conquistado ao longo dos anos. É perceptível que quem dita as regras não são aqueles de pele escura, brancos nos ditam o que fazer e como fazer desde sempre.

Existe uma escalação e definição de tons de pele, composta por cinco definições que são: branco, pardo, preto, amarelo e indígena, sendo PARDO e PRETO fixados na classificação de pessoas NEGRAS.

O colorismo se orienta a partir da discriminação pela cor da pele e é habitual em países que sofreram colonização europeia e países escravocratas. Com isso, a tonalidade da pele é decisiva para qual tratamento a pessoa irá receber. Ou seja, o embranquecimento da sociedade fez com que negros de pele mais clara (pardos) fossem mais aceitos pelos brancos, por se “assemelharem” ás feições dos mesmos, enquanto negros de pele escura (pretos), sofrem menos aceitação do que os de tonalidade mais clara.

Não é uma tarefa difícil exemplificar como o colorismo está presente no cotidiano social. Os negros contratados em uma empresa – em sua maioria – são os de pele mais clara; os negros que têm maior visibilidade na mídia, são os negros de pele mais clara – e por aí vai. Não é complicado perceber essa diferença de tratamento, porém é preciso esclarecer que, os negros de pele mais clara, por mais que tenham maior vivência com os brancos, não recebem o mesmo tratamento que eles. A diferença de cores é explicita, ou seja, os brancos sabem que o negro de pele mais clara é negro e não os dão a oportunidade de terem a mesma titulação que eles.

O que deixa a situação complicada, é que o colorismo atrapalha o reconhecimento da negritude, pelo simples fato de negros de pele clara sempre terem sido tratados como supostos “brancos” e por talvez quase não terem sofrido nenhum preconceito aparente, - lembrando que negros de pele mais clara não escapam do preconceito racial. É importante relevar que essa definição não é uma questão de escolha, pois desde a infância vários fatos fazem com que a criança cresça subentendendo de que ela não é uma pessoa lida como negra, a começar pela definição de sua cor na matrícula da escola “parda” e dessa forma , ao longo dos anos a criança que logo virará uma adolescente vai em algum momento ouvir certos comentários que vão ainda mais atrapalhar seu reconhecimento o tornando tardio, comentários como “Você nem é tão negro assim” ou “ Você não é negra, é moreninha/mulata/parda” atrapalham ainda mais o reconhecimento da cor da pele.

Além disso, o colorismo prejudica relacionamentos afetivos, principalmente em relação ás mulheres negras que muitas vezes são rejeitadas pelos parceiros. Existe uma construção social que valoriza a mulher branca como sendo a mulher perfeita para casar, enquanto ás negras são para a “diversão” e é nesse caso que entra a solidão da mulher negra (assunto para outro artigo). Homens negros, não sofrem muito a questão de danos no relacionamento afetivo, pelo fato de terem mais facilidade de se relacionarem com mulheres brancas, afirmando ainda mais a questão de que a mulher negra não foi feita para casar.

Outro fato que o colorismo influencia, são pequenas discriminações dentro no movimento negro, onde os negros de pele escura se sentem prejudicados em relação aos de pele mais clara. Essa discriminação dentro do movimento se dá, pelas “maiores” oportunidades que negros de pele clara tem em relação aos de pele escura, porém como já dito, essa não é uma questão de escolha, estamos vivenciando isso desde pequenos.

O colorismo é um assunto que por vezes se torna complicado, porém é de extrema importância saber que é necessário ser tratado não só dentro do movimento negro, mas também com públicos fora do movimento, principalmente dentro de escolas para que o reconhecimento da negritude se transforme em maior número, pois sabemos que muitos não se reconhecem como negros e por isso é considerável fazer com que entendam as causas desse termo.


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