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25 de julho: mulheres negras e a representatividade


Ilustração: Pipa Azul.

25 de julho: uma data que infelizmente pouco é lembrada e pouco se sabe, mas que é de extrema relevância para as mulheres negras. Sim, preta, hoje é o nosso dia.

O dia 25 de julho está marcado na história desde o primeiro encontro de mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas em 1922, em Santo Domingo na República Dominicana. Este evento teve como objetivo realizar a criação da Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas e a definição de que esta data seria marcada como o dia dessas mulheres.

No Brasil, a lei nº 12.987/2014, foi sancionada pela antiga presidenta Dilma Rousseff como dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher negra. Tereza de Benguela foi homenageada por meio desta lei, pelo fato de ter sido líder quilombola, que viveu durante o século 18. Ao constatar a morte de seu companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, liderando assim, a comunidade negra e indígena que ali habitavam, resistindo juntos à escravidão durante duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando então, o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho, e a população de 79 negros e 30 indígenas foram mortos ou aprisionados.

Atualmente, sabe-se que a condição das mulheres negras na sociedade ainda não é bem representada. As mulheres negras não se encontram em grandes cargos nas empresas, não se destacam na mídia televisiva, não são vistas na cena do hip hop brasileiro - e em outros gêneros da música -, não são evidenciadas no meio da moda, por simplesmente estarem sujeitas a não conseguir o privilégio de alcançar os patamares bem vistos no âmbito social e lhes sobrarem posições “menos favorecidas”, como ocupar cargos de empregadas domésticas, faxineiras, garis e entre outras funções que as mulheres brancas pouco são inseridas. Além da pressão de serem mães e terem vários filhos para cuidar e aumentar mais ainda a jornada de trabalho.

A importância do 25 de julho se dá pelo anseio da representatividade que as mulheres negras tanto buscam. Tendo em vista que 8 de março, mesmo sendo considerado o dia internacional das mulheres, não contemplam as mulheres negras, pela questão de não ser uma conquista em que as mulheres negras estavam inseridas juntamente com as mulheres brancas.

Não é uma questão de separação das mulheres negras e brancas, mas sim uma forma de conscientização de que o racismo ainda persiste na sociedade e que a objetificação da mulher negra cresce cada vez mais. 25 de julho é um dia para lembrar da existência das negras que tanto são invisibilizadas em todos âmbitos, seja acadêmico, empresarial ou social. É para lembrar que resistem desde sempre, que o dia da mulher negra não se limita apenas no dia 25 de julho, mas se estende a todos os dias do ano. As mulheres negras merecem reconhecimento e visibilidade.

A luta são todos os dias e até que nossos objetivos sejam alcançados, não vamos parar.

“Podem pagar menos pelos mesmos serviços

Atacar nossas religiões, acusar de feitiços

Menosprezar a nossa contribuição na cultura brasileira

Mas não podem arrancar o orgulho de nossa pele negra. ”

(Trecho da música Mulheres Negras – Yzalú)

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